terça-feira, 30 de outubro de 2012

Educomunicação e saúde


Por Carlos Eduardo Ferreira e Larissa Gomes, da Agência Jovem de Notícias, Gisele Gomes e Willian Braga, da RENAJOC, e Eric Silva, da Redação
Educomunicação e saúde foram os temas abordados no 12° painel do segundo dia (26/10/2012) do IV Encontro Brasileiro de Educomunicação, que acontece em São Paulo (SP). A mesa de oradores contou com a presença da enfermeira Elda de Oliveira, o coordenador da assessoria de imprensa do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Hércules Barros; a representante do projeto desenvolvido pelo Centro Educacional Marista Irmão Acácio de Londrina (PR), Juliana Mainardi e a estudante de nutrição da USP, Géssica Sponchiado.
A roda de apresentações iniciou com Elda de Oliveira, que apresentou os artigos utilizados na defesa de sua tese: “A Contribuição da Educomunicação para a Educação sobre Drogas”, que abordou a influência negativa das práticas midiáticas sobre os jovens. Ela comentou também que as campanhas de conscientização só chegarão ao público alvo se ficarem no ar por muito tempo.
Porém, ela apontou a preocupação dos autores sobre a forma e o impacto destas mensagens sobre a juventude, já que não são passadas de forma positivamente e foi onde a educomunicação entrou, pois proporcionou a possibilidade dos jovens a liberdade de falar o que é deles, a partir das próprias experiências.
Após o relato de Elda, Hércules Barros falou sobre sua experiência em Botsuana, numa campanha de prevenção contra aids. A ideia principal da campanha era conscientizar a população do país africano das formas de se contrair o vírus. A princípio, o governo botsuano pensou numa campanha produzida pela saúde de lá. A partir de uma proposta educomunicativa, Hércules, juntamente com a jornalista Maria Rehder, propuseram o envolvimento de outros setores e populações estratégicas. O objetivo era construir uma campanha em coletividade e fazer valer a voz dos seguimentos para qual a campanha foi pensada.
Durante a elaboração de um plano de prevenção à aids voltado a caminhoneiros em Botsuana, os técnicos do Brasil presentes na oficina sugeriram a busca de parceiros que ajudassem na adesão dos motoristas à estratégia.
Empenhados em promover mudanças na categoria, os participantes do evento propuseram visitas às profissionais do sexo na periferia de Gaborone. Essas mulheres moram na área onde se hospedam os motoristas de diversos países da África em trânsito pela capital de Botsuana, que têm maior contato com os caminhoneiros.
A parceria pôde beneficiar, inclusive, as próprias profissionais do sexo, pois a rotatividade de parceiros e o sexo sem camisinha deixam a população local vulnerável à aids.
Géssica Sponchiado, que cursa nutrição, contou como a utilização da educomunicação pode causar reflexões na sociedade em relação à alimentação e a expansão dessa informação. Segundo ela, a ideia da educomunicação surgiu a partir de um projeto de aula, que utilizava como tema “Educação Alimentar’’, quando ao lado de seu grupo escolar, buscou um modo diferente de passar essa informação. A pesquisa do grupo de Géssica surgiu com o conhecimento do dado que revela que 49% da população adulta brasileira está acima do peso.
A atitude alimentar da população brasileira vem sendo influenciadas de modo negativo pela mídia, criando uma construção histórica, onde a própria sociedade vem trocando seus alimentos tradicionais, como arroz e feijão, por produtos industrializados. Por esse motivo, Géssica e seu grupo entenderam que a educomunicação é a principal chave para restabelecer a boa alimentação brasileira.
A representante do grupo Marista finalizou as rodadas de apresentações, compartilhando a experiência dos educomunicadores que estavam em formação, e apresentou o documentário feito pelos educandos mostrando o comportamento da população do norte de Londrina em relação à saúde e a falta de conhecimento da comunidade quanto o significado da sigla “SUS”, o Sistema Único de Saúde. O vídeo destacou também a precariedade de médicos nas unidades hospitalares, enfatizando o comportamento da sociedade quanto a este problema.

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